Veja como a inovação está ajudando a combater o coronavírus

maio 4, 2020

Um inimigo microscópico criou um desafio sem precedentes para a humanidade. De fácil contágio, o novo coronavírus põe o mundo em alerta, isola um terço da população em casa e causa milhares de mortes. Mas uma série de soluções inovadoras ajuda médicos e autoridades em saúde a enfrentar essa batalha e a reduzir o impacto negativo do vírus.

E não é preciso ir longe para encontrar exemplos bem-sucedidos – o próprio Brasil desenvolve iniciativas que servem de referência para outros países. Veja sete soluções adotadas por aqui e em outras partes do planeta na luta contra o Covid-19:

 

1 – Sequenciamento do vírus

 

A expertise desenvolvida durante as epidemias de zika e dengue fizeram com que o Brasil se tornasse o primeiro país a anunciar o sequenciamento do novo coronavírus. Com o auxílio de novas tecnologias e o uso do conhecimento de testes para doenças anteriores, pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e das universidades de São Paulo (USP) e de Oxford (Reino Unido) anunciaram a descoberta em tempo recorde: 48 horas. O padrão para esse tipo de resultado é de 15 dias.

Com o sequenciamento completo em mãos, a ciência e a medicina ganham um importante aliado. Ele fornece informações sobre o vírus capazes de ajudar na produção de vacinas, na criação de tratamentos e no desenvolvimento de diagnósticos mais precisos.

 

2 – Teste rápido nacional

 

Com tecnologia 100% nacional, pesquisadores da Unicamp e da USP criaram um teste rápido para o novo coronavírus. Em cinco minutos, o aparelho apresenta o resultado. O produto custa R$ 40, a metade do valor dos equipamentos importados.

Para criar o exame, os cientistas buscaram as “impressões digitais” do vírus. Ou seja: identificaram as moléculas que existem na doença com a ajuda de um programa de inteligência artificial. O exame deve estar no mercado até maio.

 

3 – Ventiladores pulmonares brasileiros

 

A inventividade brasileira vai ajudar a driblar um dos principais desafios mundiais na busca para evitar mortes pelo Covid-19. Preocupado com a escassez de ventiladores pulmonares, essencial para socorrer pacientes graves internados com a doença em UTIs, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), desenvolveu um similar brasileiro. O trabalho contou com a cooperação de estatais, empresas privadas e fundações em contatos feitos a partir das redes sociais.

Por ter uma função emergencial, o aparelho do Coppe não atende todos os requisitos de um equipamento comercial, mas conta com os dispositivos de segurança, como alarmes para avisar a falta de oxigênio, energia ou outros aspectos que podem colocar a vida dos pacientes em riscos. O ventilador pulmonar da Coppe passou nos primeiras avaliações e deve ser testado em pacientes ainda na primeira quinzena de abril. Se aprovado, o instituto produzirá mil peças. Cada uma custará R$ 5 mil. Os equipamentos similares comerciais chegam a valer R$ 100 mil.

 

4 – Triagem virtual no SUS

 

Quais são os riscos de você estar infectado? Lançado pelo Ministério da Saúde, o aplicativo de celular Coronavírus – SUS permite que a pessoa faça uma espécie de triagem virtual e descubra se pode ser um caso suspeito. O usuário responde a perguntas sobre seus sintomas e o app indica a possibilidade de ele estar com a doença.

O software indica as unidades de saúde mais próximas, onde o paciente fará uma avaliação médica e terá o diagnóstico oficial – o parecer do app serve apenas como referência para alertar sobre a gravidade ou não de uma situação.

O Coronavírus – SUS apresenta também diferentes seções para atualizar o usuário. Em uma delas, o Ministério da Saúde desmente fake news. O app ainda é um canal que oferece as últimas informações oficiais sobre a doença.

 

 

5 – Controle social de cidadãos

 

A China também apostou nos aplicativos para combater o avanço do coronavírus – mas com uma proposta bem mais ousada (e polêmica). Com o software, o governo central controla onde cada cidadão esteve ou com quem manteve contato. Se a pessoa se aproximou de um paciente com coronavírus ou frequentou um local de risco, o app determinará que ela busque um check-up médico e fique em quarentena. Caso ela desrespeite a determinação, a polícia pode ser acionada.

Responsável por adotar uma das estratégias mais bem sucedidas na guerra contra o Covid-19, a Coreia do Sul também monitora a localização dos pacientes, controlando para que ele não saia do seu espaço de isolamento.

 

6 – Drones faxineiros

 

Sem dar conta de fazer a desinfecção de todas as ruas das cidades com foco da doença, os chineses apelaram para os drones. Os equipamentos fazem o sobrevoo para aplicar produtos de limpeza e diminuir os riscos de contágio. A técnica se espalhou por outras cidades – no Brasil, capitais como Porto Alegre já fazem experimentos similares.

A Espanha recorreu aos drones para convencer os cidadãos a manterem o isolamento social. Em áreas onde há o desrespeito significativo à quarentena, os equipamentos dão avisos sonoros para que as pessoas fiquem em casa.

 

7 – Robôs aliados

 

A revista Science Robotics fez o alerta: a crise do coronavírus chamou atenção para a necessidade de explorar o potencial dos robôs no combate às pandemias. A publicação aponta a possibilidade de eles serem usados para atividades que vão desde a desinfecção de ambientes como hospitais, evitando a disseminação do vírus, até o controle de fronteiras. Também podem fornecer medicamentos e alimentos, além de medir sinais vitais, contribuindo para reduzir os contatos entre pacientes e outras pessoas.

Essa última aplicação foi usada de forma limitada na China e pode se tornar um recurso no Brasil. Pesquisadores da USP, de São Carlos, desenvolveram um protótipo capaz de fazer o fornecimento de produtos para infectados. A ideia aguarda apoio financeiro para virar realidade no país.

 

Na Bélgica, os robôs se tornaram ferramentas não para afastar pessoas, mas aproximá-las. Eles fazem companhia para idosos que tiveram visitas restritas nas últimas semanas em casas de repouso e ajudam a fazer chamadas de vídeo para familiares e amigos.

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fonte: G1